Como a Religião Tornou Sua Vida Insegura

 


Olá! Você já notou como nosso país é um lugar tão inseguro e violento? E onde há uma impunidade quase diária que nos indigna a cada dia? Quase todo mundo culpa a política ou a pobreza, mas poucos olham para a influência profunda das religiões que moldaram nossa sociedade, e como essa influência é a responsável por grande parte da violência que vivemos.


A História da Pobreza Colonial


Nossa história começa com a tradição de origem romana e o período colonial. Essa entidade foi uma parceira fundamental do processo de colonização. A colonização retirou tudo dos povos indígenas: sua cultura, nomes, línguas e, principalmente, suas terras. Em troca, ofereceu a promessa de um paraíso após a morte. A troca foi brutal: perderam um vasto patrimônio em troca de uma tradição religiosa. O resultado é a pobreza estrutural que atinge milhões de descendentes, condenados a subempregos e à falta de oportunidades.


O mesmo aconteceu com os africanos escravizados. Líderes religiosos da época usaram interpretações equivocadas de textos sagrados para justificar a escravização como um direito divino. Quando enfim foram libertados, foram abandonados à própria sorte, sem terra, dinheiro ou apoio. Essa base de desigualdade extrema e histórica é o terreno fértil onde a criminalidade floresce.


A Influência do Perdão Religioso nas Leis


A moralidade religiosa se infiltrou em nosso sistema legal. O conceito de perdão incondicional — o famoso "perdoe seu irmão setenta vezes sete" — gerou leis excessivamente brandas. Nossa Justiça hesita em punir de forma exemplar, pois vive na espera da redenção moral do criminoso. É por isso que somos resistentes a penas mais duras, como a pena capital para crimes hediondos: a preocupação é sempre em não lançar a alma do criminoso no inferno.


Essa filosofia, porém, ignora a existência de indivíduos, como psicopatas, que jamais sentirão empatia ou arrependimento por seus atos. Essa ingenuidade também se reflete na forma como tratamos adolescentes infratores. A ideia de que "às crianças pertence o Reino dos Céus" influencia leis que dão uma tolerância excessiva a jovens que, hoje, têm consciência plena de seus atos. Já podem votar, trabalhar meio período, e muitos já são pais, mas apenas não podem ser responsabilizados por seus atos.


Como resultado, criminosos adultos usam esses adolescentes como escudos legais, sabendo que a punição será leve, enquanto as vítimas ficam sem reparação e muitas perdem suas vidas.


A Valorização da Criminalidade


Nessas tradições, o ex-criminoso que se converte é, muitas vezes, mais celebrado do que o fiel que sempre seguiu a boa conduta. A razão é doutrinária: a fé se concentra nos "pecadores" (os doentes), não nos "justos" (os sãos). Essa valorização gera uma onda de conversões nos presídios. Muitos criminosos percebem que a fé é um atalho para a aceitação social e, surpreendentemente, para a liderança religiosa.


Isso não raro se torna um disfarce: há comunidades onde o tráfico de drogas é, ironicamente, dominado por traficantes que se declaram convertidos. A situação se tornou tão contraditória que até muitos criminosos pedem proteção a seu deus, para serem protegidos antes de praticarem crimes graves contra suas vítimas. Tudo baseado nessa distorção religiosa e filosófica.


Pecado e Graça: "O chamado: Sextou"


A ambiguidade moral de nossa sociedade é evidente na frase clássica: "Não estou preparado para aceitar a fé agora." Isso é, na verdade, uma justificativa para adiar a responsabilidade e "curtir a vida", que nada mais é do que festas, vícios, sexo casual e, muitas vezes, crimes, sob a expectativa de que a Graça de Deus perdoará tudo no final.


A lógica é que, quanto mais se peca, mais a glória de Deus abunda no perdão. Essa mentalidade destrói o senso de justiça individual. Para que fazer o bem hoje, se Deus está sempre pronto a me perdoar quando eu quiser? Por que não cometer crimes se sempre serei perdoado?


Essa mentalidade também se observa em nosso calendário de festas, que não é aleatório. O Carnaval não é uma festa brasileira; ele foi trazido junto com a religião. Enquanto os indígenas consumiam bebidas e plantas em rituais sagrados com função específica, a religião institucionalizou o Carnaval como um período de excessos planejado.


O objetivo era simples: as pessoas precisavam pecar para sentirem culpa e, assim, buscar a absolvição durante a Quaresma, sendo essenciais para manter o papel da religião. Afinal, veio para se buscar os doentes e não os sãos. Com o tempo, esse ciclo se tornou semanal: o "sextou". As pessoas saem do trabalho buscando excessos e satisfação imediata; passam o sábado de ressaca (uma penitência informal) e, no domingo, buscam a reconciliação moral nos templos religiosos.


O problema é que a falta de moderação nesse ciclo leva à violência doméstica, alcoolismo, traições, crimes passionais e acidentes de trânsito, onde criminosos embriagados matam pessoas quase toda semana, em tragédias que o nosso sistema legal, baseado no perdão eterno, continua sem punir de forma adequada. Assim, vivemos um processo de crimes e impunidade.


Da Devoção à Alienação


A tradição de pedir intercessão a seres humanos falecidos (espíritos), mesmo que tenham sido pessoas piedosas e exemplares, tem raízes em Roma, onde a obediência cega aos imperadores era reforçada pela adoração. Essa cultura nos acostumou a venerar outros seres humanos e seus símbolos.


Hoje, a veneração saiu dos falecidos e foi para líderes políticos, atletas, artistas e até mesmo marcas de roupas e dinheiro, e o próprio ego. Ao treinar a sociedade a se curvar colocando outros seres humanos no lugar do Eterno, com o tempo, as pessoas se tornam vulneráveis a se curvar a qualquer coisa.


Isso explica, em parte, a intensidade cega das brigas políticas no país, os conflitos entre torcidas organizadas e a adoração às estrelas da música pop.


Outra Religião


A tradição religiosa de origem francesa, popular entre a classe média, também tem sua parcela de influência. Sua crença em vidas passadas e na Lei de Causa e Efeito frequentemente justifica a pobreza e a desigualdade como resultados de "dívidas de vidas passadas" que as pessoas estariam pagando.


Essa visão desestimula a mudança estrutural (como pagar salários justos e criar um melhor ambiente laboral) e incentiva a caridade (como doar roupas e alimentos) apenas para aliviar o "carma". Além disso, essa filosofia se infiltra nas leis, onde a punição exemplar é evitada porque se acredita que o criminoso está aqui para "evoluir", ou que a vítima pode estar pagando uma "dívida".


Essa prova de que essa religião afeta nossa segurança é vista em casos onde a Justiça aceitou uma carta ditada por um espírito, inocentando seu suposto assassino, mesmo a carta contendo erros, pois ao assinar o nome do falecido, errou-se o próprio nome, trocando uma letra "i" por um "y" ou vice-versa.


Só aqui você vê o quanto crenças têm influência em nossa sociedade, quando se usa uma prova sobrenatural sem nenhuma evidência científica para justificar a condenação ou absolvição de alguém que pode ou não ter cometido um crime grave. O que também colabora com nossa insegurança jurídica, já que os tribunais devem ser laicos e se ater às provas materiais e documentais.


Outras Religiões e Segurança


Para entender o impacto de tudo isso na insegurança, basta olhar para o mundo. Por exemplo, nos países islâmicos, a Justiça é retributiva, com foco na punição imediata e exemplar. Há a tendência a ter índices de criminalidade e violência mais baixos devido ao alto custo do crime.


Na China, país de filosofia budista e confucionista, as leis são rígidas e a punição severa, com foco na ordem social e na responsabilidade. Como resultado, o país asiático tem baixíssimos índices de criminalidade e violência, devido ao sistema legal e de vigilância extremamente rígido e punitivo.


No Japão, país formado pela mentalidade xintoísta, budista e animista, a honra, responsabilidade e coesão social são valorizadas, com foco na vergonha pública e na punição como falha do indivíduo perante a sociedade.


Essa mentalidade criou um dos países mais seguros do mundo, com leis que, embora não sejam ultra-punitivas, são aplicadas com rigor e sem as tolerâncias legais que vemos aqui.


A diferença é clara: onde a lei é baseada na justiça, na ordem e na punição, e não na tolerância e no perdão religioso como fundamento primário, a insegurança é contida, e a criminalidade cai, tornando o país e a sociedade verdadeiros paraísos de segurança — bem diferente de nossos países colonizados por outra mentalidade religiosa.


Conclusão


Neste ensaio, demonstramos como a influência doutrinária e histórica de algumas tradições religiosas moldou nossa sociedade, criando um país de extrema desigualdade, com um sistema legal lento e permissivo, e uma cultura de excesso e adiamento. Esses fatores, juntos, formam o cenário da nossa insegurança e violência, que piora a cada dia sem uma solução aparente a médio prazo.


O objetivo aqui não é criticar nenhuma tradição, mas puramente fazer uma reflexão analítica e sociológica, onde o desafio é buscar soluções reais que promovam a justiça e a segurança que todos merecem.


Por fim, focamos na máxima de nossa religião que diz: "quando se mudam os nossos pensamentos, mudamos nossas palavras e nossas ações, e por fim mudamos nossa sociedade". Todos os problemas humanos têm solução, e estamos aqui para promover essa mudança, focados na razão e na renovação de nossas mentes. 


Que o Eterno nos traga uma lei aperfeiçoada no que é reto e ações que tragam de fato justiça e segurança para todos.


Aisi~


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